domingo, 23 de fevereiro de 2014

ciclo ou não ciclo eis a questão.



Reprovação não melhora o saber
Diário de Cuiabá. Edição.  13829 23/02/2014

Da Reportagem

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) reconhece que o ensino por ‘Ciclos de Formação Humana’ enfrenta resistência dos mais diversos segmentos - pais, professores, alunos e políticos. 

Entretanto, para as professoras Aparecida Paula Barbosa da Silva, coordenadora do Ensino Fundamental, e Marilze Guerrise, gerente de Alfabetização, essa resistência é oriunda da falta de entendimento e dos problemas na forma o está sendo aplicado pelo professor e a escola. “As experiências exitosas mostram isso”, diz Paula. 

Na avaliação de Paula Barbosa, essa é a política educacional que oferece mais possibilidades de inclusão do aluno. Que ensina respeitando o tempo e o desenvolvimento físico e intelectual de cada ser humano. 

“Reprovação não é sinônimo de aprendizagem, mas uma muleta, um momento de poder do professor”, dispara a professora Marilze, observando que saiu de sala de aula recentemente para ocupar a gerência da Alfabetização. 

Já Paula Barbosa observa que alunos que ingressam em escolas estaduais vindo do antigo sistema seriado em outras regiões do país e municípios apresentam as mesmas dificuldades. “Quando o ciclo chegou a escola seriada já estava fadada ao fracasso”, completa. 

Conforme a coordenadora do Ensino Fundamental, o “Ciclo de Formação Humano” não é um projeto estagnado, está sempre em movimento, sendo estudado e monitorado. 

De acordo com Paula Barbosa, o relatório da Conferência(Conec) ainda não foi divulgado porque os organizadores encontraram dificuldades para sistematizar as emendas aprovadas. Ele disse que ocorreu um conjunto de equívocos, com propostas misturadas principalmente no que se refere à sistemática de avaliação. 

Ciclos de Formação - Os nove anos de Ensino Fundamental nas escolas estaduais estão organizados em três ciclos para atender a fases específicas de desenvolvimento: 1° Ciclo – infância; 2° Ciclo – Pré-adolescência; 3° Ciclo – Adolescência. Cada ciclo é subdividido em três fazes, cada uma com um ano de duração. Essa forma de organização está regulamentada pela Lei nº 9394/96- LDB, na Resolução 07/2010. (AA) 

Minha opinião.
O ciclo inclui, mas não ensina e se ensina o aluno não aprende, mas também se aprende não aprende como se deveria aprender. O fato é o que estamos vendo nas escolas: analfabetismo funcional. Estou em sala trabalhando com nível médio e vejo como os estudantes oriundos do ciclo sofrem quando chegam nessa instância: são enviados para outro "planeta" sem nenhuma chance. Não sabem as quatro operações, não conseguem ler textos elementares, ortografia ou gramática também já seria pedir demais. Não sou nenhuma autoridade consolidada no assunto, mas falo com conhecimento de causa de quem vive a realidade educacional do nosso país, é desanimador e por três motivos que pretendo elencar, é claro que há mais motivos, mas são tantos que vou parecer um pessimista. Vejamos.
Não reconheço a SEDUC como apta para legislar sobre ensino, visto que é um órgão burocrático de cunho político, alguém pode chegar lá educador, mas para sobreviver tem que se adaptar ao meio e isso traz distanciamento das práticas escolares. É redundante dizer que SEDUC e escola faz parte da famosa dicotomia mandantes/executores. Esse órgão sabe as leis, dita as normativas, mas definitivamente não sabem o que é dar aulas e isso que faz alunos aprenderem a ler ou não.
Em seguida o ciclo de formação humana é uma grande estratégia dos governantes para mostrar números e não pagar duas vezes pelo mesmo aluno, essa prática está longe de ser um recurso pedagógico válido sob o estandarte da inclusão para se inserir no plantel da planilha de gastos do governo, aliás, do não gasto. É evidente que reprovação não é fator preponderante de ensino aprendizado, mas daí despachar o cidadão para série seguinte não serve nem de paliativo, é mais uma anomalia com a qual não estamos sabendo lidar.
Para finalizar, ciclo ou não ciclo não é a questão cabal, como se meras nomenclaturas mudassem tudo. Panaceia. Mude o nome e tudo se resolve. O ensino nas escolas públicas, ciclo ou não ciclo está carente de investimento, de respaldo, de apoio, de uma reestruturação ampla e geral. De outra forma ficamos nesse jogo de empurra, de um lado os professores se ressentem da falta de autoridade, de instrumentos que lhe permitam cobrar do aluno mais empenho nos estudos, do outro os burocratas que não estão em sala de aula e por isso mesmo sabem tudo de sala de aula, afirmando que o que falta é bons professores que saibam ensinar. E enquanto isso, assistimos a matança dos nossos alunos que terminam ensino médio sem os meios adequados para exercer a cidadania.
Quero expressar aqui minha tristeza enquanto educador e vítima desse sistema e encerrar com um fato verídico e vivenciado por mim em sala: na semana de prova na unidade escolar onde atuo estava aplicando prova da disciplina da Física e o aluno insistia em usar calculadora, que é proibido, diante de minha recusa terminante falou tristemente: “como é que eu vou fazer a prova, se eu não sei dividir 40 por 5”. Isso no 1° ano do ensino médio. Como dizem os manos aqui do bairro: “dá nada não meu”.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

coisas belas e sujas




Lista da Forbes
Blairo Maggi US$ 960 milhões; e Otaviano Pivetta US$ 100 milhões estão entre os políticos mais ricos do Brasil. Eu não sei porque cargas d´água eles resolvem entrar na política!!?? Melhor dizendo, sei querem trabalhar pelo povo. Homens com grande fortunas costumam ser dotados de todas as virtudes cívicas, prova disso é a enorme quantidade de títulos a que eles fazem jus: cidadão honorário de.. comendador de.. doctor honoris causa por... e ad inifnitum então por que não usar essas coleções de “virtudes” para fazer um mundo melhor. Pagot que o diga. E tantos outros. Mas enfim, dos cinco políticos brasileiros mais ricos listados pela Forbes dois são da terrinha, da nossa querida terra de Mato Grosso. O mais rico de todos, eu realmente não conhecia, mas ele tem um nome sugestivo: Lirio Albino, alguma espécie de “flor branca” rara e apreciada, com certeza, é conhecido como Dr Lirio ou Dr Albino. E tem Marcelo Beltrão do Paraná. E para finalizar o enigmático, o único, o inimitável Paulo Maluf. Não sei por que a Interpol o odeia tanto. Procurado? Que absurdo! Maluf é da gente. Todos eles juntos já fizeram muita diferença no Brasil, principalmente para o erário.